segunda-feira, 29 de abril de 2013

X ENERP DISCUTE O FIM DA JUSTIÇA MILITAR E A CRIAÇÃO DE UMA POLICIA UNICA DESMILITARIZADA


Encontro nacional de praças discute reformas no sistema de segurança pública do país


Entre os dias 17 e 19 de abril ocorreu o X Encontro Nacional de Entidades Representativas de Praças – Enerp , realizado pela Associação Nacional de Praças – Anaspra, na cidade de Salvador–BA. O encontro reuniu diretores das associações de praças – soldados, cabos, sargentos e subtenentes das PMs e Bombeiros de todas as regiões do país, além de acadêmicos, parlamentares e representantes da sociedade civil. Como tema central do debate, a necessidade de reformulação na estrutura da segurança pública no Brasil, com foco na desvinculação das Polícias e Bombeiros Militares das Forças Armadas.
O X Enerp teve como característica fundamental a discussão de pautas que envolvem todo o conjunto da sociedade e pensam a segurança pública como um todo, para além das reivindicações classistas. Além dos debates sobre a necessidade de um piso nacional para os policiais, da carreira única nas instituições e a criação de uma nova Lei de Organização Básica para as polícias e corpos de bombeiros militares, os praças discutiram com parlamentares e representantes da sociedade civil a formulação de políticas públicas para o setor. O presidente da Anaspra, Soldado P. Queiroz defendeu que a categoria precisa se abrir para o debate com o conjunto da sociedade, buscando apoio para as pautas mais abrangentes; ‘’Se nos fecharmos dentro dos quartéis jamais conseguiremos avanços significativos. Precisamos buscar apoio na sociedade, porque é para ela que trabalhamos. Não podemos nos isolar dos demais trabalhadores’’, afirmou.
Oficial defende a desmilitarização
Na noite de abertura, o Tenente-Coronel Carlos Furtado, da PM do Maranhão apresentou artigo sobre a desmilitarização. Furtado apresentou o contexto histórico da militarização das polícias no país, a vinculação dessas forças com o coronelismo dos tempos do império e posteriormente com a ditadura militar: “Somos fruto primeiro de uma herança coronelista, dos grandes fazendeiros que usavam a polícia para seu benefício próprio, e depois dos generais da ditadura, que também usaram as PMs para fazer política de repressão”. O oficial defendeu a desvinculação das Forças Armadas, argumentando que “não tem sentido um serviço de natureza civil, como a segurança pública, ser executado por instituições com estrutura militar”.
Na manhã do dia 18, o palestrante Ricardo Brisolla Balestreri, ex-secretário nacional de segurança pública debateu o ciclo completo de polícia. Balestreri iniciou a palestra afirmando que “nenhuma meia polícia vai ajudar a população. É preciso uma polícia com ciclo completo”. Ele ainda atacou o excesso de valorização do curso de Direito nas polícias; “Eu não consigo compreender o motivo desse bacharelismo na Polícia. Pra que serve o título de bacharel em Direito para a segurança pública?”, questiona.
 Ao lembrar das disputas durante a 1ª Conferencia Nacional de Segurança Pública – Conseg, entre os trabalhadores da base e as cúpulas das Polícias, o ex-secretário elogiou a disposição das lideranças dos praças. “Vocês são lutadores de transformação social que lutam contra forças poderosas e praticamente sem nenhum apoio”.
Ex-secretário nacional de segurança pública foi ameaçado por integrantes da cúpula
Balestreri relatou que sofreu ameaças na véspera da Conseg por tentar colocar em prática um projeto de reformulação da segurança pública que mexia com interesses corporativistas das cúpulas da polícia brasileira; “Estava sendo ameaçado. Tive que aumentar minha segurança pessoal. E tudo por conta das minhas propostas de reforma no sistema de segurança pública desse país. E o que mais me entristece é que não fui ameaçado por bandidos. Fui ameaçado por policiais que comandam a Polícia desse país”.
O palestrante ainda criticou a estrutura militar das PMs e Bombeiros, e defendeu que é preciso desmistificar a desmilitarização: “A desmilitarização não vai acabar nem com a farda, nem com a hierarquia. Ela mantém a estética militar, mas reforma sua estrutura”, argumentou. O ex-secretário também elogiou algumas iniciativas progressistas, como a substituição do regulamento disciplinar por código de ética em Minas Gerais e no Amapá, e o projeto de carreira única no Rio de Janeiro. Ao comentar sobre as dificuldades encontradas durante sua gestão para por em prática reformas significativas na segurança pública do país, Balestreri relatou a pressão de grupos poderosos para manter a atual estrutura: “As elites desse país desejam uma Polícia forte pra baixo e fraca pra cima. Temos uma PM fraca que foi criada para conter a população. E temos uma Polícia Civil também fraca que mais parece um cartório de registros, que não investiga, apenas registra. Só investiga casos vitrine, com repercussão na mídia”, afirmou.
Também debatendo o ciclo completo e outras iniciativas de reforma, como a unificação e a integração das polícias, participou da mesa o ex-secretário de defesa social de Minas Gerais Luiz Flavio Sapori, que se mostrou cético com a possibilidade de trabalho integrado entre as polícias no atual modelo; “Minas Gerais fez o maior e mais audacioso projeto de integração desse país. Hoje, passados dez anos, as polícias continuam brigando entre si. Não acredito mais na integração”. Doutor em Sociologia, Sapori comentou sobre os números da violência nos últimos dez anos, e a relação do aumento dos crimes contra a vida e contra o patrimônio com a melhora na economia do país; “Não há mais sustentação sociológica para dizer que a violência no Brasil é um problema sócio-econômico. Os indicadores sociais estão aí para provar justamente o contrário: o país cresceu economicamente na mesma medida em que cresceram os números de homicídios e roubos e o tráfico de drogas”.
O sociólogo também defendeu a desvinculação das PMs do Exército e a criação de uma polícia unificada e menos burocratizada: “Precisamos unificar as polícias e acabar com o inquérito policial. O inquérito é um procedimento inútil, pois é repetido em outras fases do processo penal”, afirmou. Tanto Sapori quanto Balestreri defenderam a retirada das atribuições de segurança pública das Forças Armadas, como já vem ocorrendo nos grandes eventos. “É um perigo das atribuições de natureza civil aos militares. Logo o Exército pode ficar tentado a ‘salvar’ o país, como fez em 1964”, argumentou Balestreri.
LOB das PMs e Bombeiros
O período da tarde do dia 18 foi dedicado aos debates em torno da Lei de Organização Básica das Polícias e Bombeiros Militares, mais especificamente em torno do projeto que já tramita no Congresso Nacional. Na mesa, sob a moderação do Sd Elisandro Lotin de Souza, presidente da Aprasc e diretor da Anaspra para a região sul, os parlamentares praças, Sargento Amauri Soares, Deputado Estadual de Santa Catarina, e Sargento Manoel Aragão, Deputado Estadual do Tocantins, além do convidado do dia, o Deputado Federal Mendonça Prado, aliado dos praças na Câmara, debateram acerca do projeto de lei que institui a Lei de Organização Básica dos Militares estaduais e que tem por finalidade modificar e por conseguinte revogar o Decreto 667/69, o qual regulamenta as atividades da Policia e do Bombeiro Militar. Mendonça Prado discursou sobre questões de interesse da categoria que tem seu apoio no Congresso, como o financiamento do Governo Federal para a Segurança Pública, a criação de um fundo nacional para o setor, a exemplo do que já ocorre com a Educação, além da anistia ampla, geral e irrestrita para os policiais e bombeiros punidos por participação em movimentos reivindicatórios. “A atual presidente da República assaltou bancos, seqüestrou embaixador, participou de movimentos para a derrubada de uma ditadura e agora defende a punição para vocês, que também vivem sob verdadeiros regimes de exceção nos quartéis”, comentou. Sobre a LOB, o congressista afirmou que é preciso aproveitar a oportunidade para modificar a estrutura das instituições: “É preciso modernizar e democratizar as PMs”, disse.
O Deputado Sargento Soares afirmou que para que ocorram transformações significativas na estrutura da segurança pública é preciso que a realidade sócio-econômica do país também seja transformada. “Um país onde 5% da população detém o poder econômico e 95% trabalha e não manda nada não pode ser uma democracia. E não pode ter uma polícia democrática”. O Deputado Sargento Aragão defendeu a regulamentação de uma parcela mínima de investimento na segurança pública, que obrigue os governantes a destinar porcentagem da receita para o setor. “ Hoje o presidente, os governadores e prefeitos investem como e quanto querem na segurança pública, e investem cada vez menos, e geralmente aplicam muito mal esse dinheiro”, argumentou.
27 coronéis querem mandar na segurança pública do país
Os três parlamentares e os representantes de entidades lamentaram a falta de diálogo por parte do Conselho Nacional de Comandantes Gerais – CNCG, que enviou projeto de LOB ao Congresso sem discutir com os praças. Além da tentativa arrogante de criar uma proposta de lei para a segurança pública ignorando mais de 500 mil policiais e bombeiros militares representados pela Anaspra, o CNCG conseguiu a façanha de produzir um projeto que representa um retrocesso para as já ultrapassadas instituições militares estaduais. Os diretores da Anaspra – todos legítimos representantes das associações e escolhidos pelo voto dos policiais e bombeiros, diferentemente dos integrantes do CNCG que são indicados pelos governadores -, com o apoio dos palestrantes e participantes do encontro, redigiram uma proposta de LOB que vai ser encaminhada nos próximos dias ao Congresso.
Para o presidente da Aprasc, soldado Elisandro Lotin de Souza, é lamentável que o projeto da LOB não tenha sido discutido com os praças, pois o presidente do CNCG , até bem pouco tempo era o atual Cmt da PMSC e presidente da Federação Nacional de Entidades de Oficiais Militares Estaduais, FENEME, também é deste Estado, - o que demonstra uma nova postura por parte dos oficiais de SC, de total falta de diálogo com os praças. "Temos percebido tal postura por parte dos oficiais desde que passamos a discutir a questão salarial, ou seja, eles fizeram os seus projetos ou propostas e sequer nos informaram ou convidaram para o debate. O fato de discutirem isoladamente a questão da LOB é só mais uma comprovação de que infelizmente ainda vigora em grupos da cúpula da PM e do Bombeiro uma política divisionista", disse.
Praças debatem segurança pública com representantes da sociedade civil
Almir Laureano, vice-presidente do Conselho Nacional de Segurança Pública –Conasp, Rildo Marques, representante do Movimento Nacional dos Direitos Humanos –MNDH, e Marcos Fábio Rezende, do Coletivo Negro da Bahia conversaram com os policiais e bombeiros sobre o tema “sociedade civil e desmilitarização”. Ao comentar as perseguições das cúpulas militares contra os praças e a necessidade de democratização das instituições e reformas nos regulamentos, Rildo Marques afirmou que “se tirar do ser humano a capacidade de pensar e de se expressar ele é transformado num objeto, numa coisa”. O vice-presidente do Conasp, Almir Laureano parabenizou a Anaspra pela temática mais abrangente e menos classista do Enerp, e comemorou a abertura dos praças para o debate com outros setores: “Praças, policiais militares juntos com movimentos sociais, acadêmicos e outros trabalhadores antes parecia algo inacreditável, mas hoje nós estamos transformando isso em realidade”.
O vereador por Salvador Soldado Marco Prisco, atual presidente da Associação dos Praças da Bahia –Aspra, defendeu a necessidade de um trabalho de conscientização nos quartéis: “O dia em que os praças entenderem que os manifestantes, estudantes, sem-terra e demais trabalhadores do campo e da cidade são nossos irmãos e todos nós estamos do mesmo lado, as elites desse país vão tremer”. Marcos Rezende, do Coletivo Negro, comentou sobre a divisão racial na PM da Bahia. “Mesmo em um estado com maioria absoluta de negros, os postos de oficiais na PM baiana são ocupados majoritariamente por brancos, enquanto os praças são quase todos negros”, informou. Sobre a necessidade de união dos praças com os setores populares da sociedade civil, Rezende foi enfático: “Praça é povo, e povo é praça”.
O Subtenente Gonzaga, diretor da Aspra de Minas Gerais, defendeu a desmilitarização das PMs e Bombeiros como um requisito básico para a aproximação das instituições com a sociedade e para uma transição democrática efetiva no país. “Na ditadura, a polícia trabalha para defender o Estado, e na democracia a polícia tem que trabalhar para defender o cidadão”, afirmou.
Líderes dos praças são enquadrados na Lei de Segurança Nacional
Marco Prisco, líder e fundador da Aspra–Bahia, foi denunciado pelo Ministério Público Federal por supostamente ter infringido a Lei de Segurança Nacional – Lei n° 7.170/83 durante os episódios da greve da PM baiana em fevereiro de 2012. Além de Prisco, o Cabo Jeoás Nascimento dos Santos, diretor da Anaspra e líder dos praças do Rio Grande do Norte, também foi denunciado pelas mesmas acusações. Jeoás foi até a Bahia para intermediar o diálogo com o governo baiano e auxiliar na busca de uma solução para o conflito. Além deles, outros cinco praças foram denunciados pelo MPF no dia 17 de abril, coincidentemente a data que marcou a abertura do Enerp. Os palestrantes, convidados e todos os representantes dos praças repudiaram a atitude do MPF, que com esse episódio põe em dúvida a sua independência dos demais poderes.
Mais do que uma demonstração de subordinação aos interesses escusos de governantes que desejam silenciar os praças, a sucursal baiana do Ministério Público Federal dá um passo para trás na história do país ao utilizar um instrumento jurídico criado na ditadura militar para oprimir aqueles que lutavam pelas liberdades democráticas.
Encerrando o encontro, os diretores da Anaspra reafirmaram a disposição de seguir a luta por melhores salários e condições dignas de trabalho, e também de continuar com a postura autônoma da entidade, que vai continuar tentando o diálogo com todas as autoridades, mas sem jamais deixar de expressar os sentimentos mais legítimos dos policiais e bombeiros militares de todo o país. Os representantes também manifestaram o repúdio a qualquer forma de intimidação por parte de autoridades e governos de todas as esferas, e afirmaram mais uma vez que “a voz dos praças ninguém cala!”
Como resultado dos debates no Enerp, a direção da Anaspra elencou os seguintes pontos de pauta como prioritários para os trabalhos da entidade:
Desvinculação das polícias e bombeiros militares das Forças Armadas;
Carreira única nas instituições militares estaduais;
Participação dos praças na discussão de todas as políticas púbicas voltadas para a Segurança Pública em todos os níveis;
Participação mais efetiva do Governo Federal na construção de um piso nacional de salários para a categoria;
Fim das Justiças Militares Estaduais;
Revogação dos regulamentos disciplinares e substituição por um código de ética nacional para os policiais;
* Representaram SC no encontro os Soldados Elisandro Lotin de Souza e Everson Henning, presidente e coordenador de imprensa da Aprasc, respectivamente, e o Deputado Estadual Sargento Amauri Soares.


quinta-feira, 4 de abril de 2013

JUSTIÇA MILITAR ESTADUAL CAMINHA PARA O FIM



Gastos da Justiça Militar são "descalabro financeiro", afirma Barbosa.

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Joaquim Barbosa, classificou de "escandalosos" os gastos da Justiça Militar nesta terça-feira (2) durante sessão do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), o qual também preside.
Dados do relatório "Justiça em Números" de 2012 indicam que o orçamento total desse segmento da Justiça em 2011 foi de cerca de R$ 419 milhões. No entanto, o CNJ questiona a eficiência do tribunal.
O Conselho, que tem entre suas atribuições a de fiscalizar o trabalho dos juízes, decidiu, então, criar um grupo de trabalho para avaliar o custo da Justiça Militar e propor mudanças. O diagnóstico da Justiça Militar, incluindo a federal, deve estar pronto em 90 dias.
Para efeito de comparação, o conselheiro Bruno Dantas citou na sessão que o STM (Superior Tribunal Militar) tem em torno de 960 servidores e julga cem processos anualmente, enquanto o STF possui pouco mais de 1,1 mil servidores e anualmente analisa milhares de casos.
"Os números são escandalosos. São indicativo de um verdadeiro descalabro financeiro", disse Barbosa.
Os conselheiros discutiam a representação contra dois magistrados de Minas Gerais que teriam perdido o prazo para julgar cerca de 80% de processos na Justiça Militar sob sua responsabilidade. Os dois juízes foram punidos com pena de censura, a mais branda aplicada pelo CNJ. A máxima é a aposentadoria compulsória, embora o juiz continue recebendo salário.
O grupo de trabalho do CNJ terá 90 dias para apresentar um relatório, mas esse prazo poderá ser prorrogado. Os integrantes dessa comissão ainda serão definidos.
Atualmente, apenas três Estados possuem tribunais estaduais militares: São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Nos demais 23 Estados e no Distrito Federal, os casos que envolvem militares são analisados pelos tribunais de justiça estaduais.
O ministro Joaquim Barbosa já havia criticado a Justiça Militar estadual em novembro passado. Na ocasião, ele afirmou que esses tribunais não tinham "necessidade" de existir: "Uma Justiça que poderia muito bem ser absorvida pela Justiça comum, porque não há qualquer necessidade de sua existência".

Balanço de 2011

No último relatório divulgado pelo CNJ, relativo ao ano de 2011, a despesa total da Justiça brasileira havia alcançado a cifra de 50,4 bilhões, sendo que cerca de 90% (ou R$ 45,2 bilhões) são gastos com recursos humanos, incluindo a remuneração de servidores ativos, inativos, terceirizados e encargos, como diárias e passagens.
Durante o ano passado, quase 90 milhões de processos tramitaram no sistema judiciário do país todo. Destes, 63 milhões (71%) já estavam pendentes desde o início do ano e 26 milhões ingressaram ao longo do ano – número equivalente ao número de processos concluídos. Foram proferidas 23,7 milhões de sentenças e decisões.

CNJ vai estudar extinção da Justiça Militar

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) vai criar um grupo de trabalho para estudar a possibilidade de propor ao Poder Legislativo a extinção dos tribunais militares dos estados do Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais, e também do Superior Tribunal Militar (STM).
A proposta foi apresentada pelo conselheiro Bruno Dantas e complementada pelo conselheiro Wellington Saraiva.
Segundo informa a assessoria de imprensa do CNJ, a medida foi aprovada por unanimidade durante a Sessão Ordinária desta terça-feira (2/4), quando o plenário julgou um processo administrativo contra dois juízes do Tribunal Militar de Minas Gerais [leia o post anterior].
O tribunal mineiro é composto por sete desembargadores e seis juízes, consome R$ 30 milhões por ano de recursos públicos, para julgar pouco mais de 300 processos.
De acordo com Bruno Dantas, “a situação escandalosa” se repete no tribunal militar de São Paulo, que consome R$ 40 milhões, e do Rio Grande do Sul, que gasta em torno de R$ 30 milhões, para julgar poucos processos.
Já o Superior Tribunal Militar (STM) consome R$ 322 milhões de recursos públicos com 15 ministros, 962 servidores e julga em torno de 600 processos por ano.
Bruno Dantas ressaltou que o gasto do STM corresponde a um terço do orçamento do Superior Tribunal de Justiça (STJ) , responsável pelo julgamento de grande quantidade de processos.
O diagnóstico da Justiça Militar, incluindo a federal, deve estar pronto em 90 dias. Para o conselheiro Jorge Hélio, esse segmento da justiça exige uma providência.
Durante o debate, os conselheiros também criticaram o Código Penal Militar e as regras de prescrição de crimes.
Fonte: UOL